ATA | Assembleia Popular de Construção da Segunda Marcha Transmasculina de SP

Foto: Cauê Monteiro / @cauemonteiroo

Local: Museu da Diversidade

Horário: 14h00 às 18h00 

VISITA GUIADA:

Antes da Assembleia, às 14h, tivemos uma visita guiada pelo Museu da Diversidade, conduzida por Amara Moira. Durante a visita, Amara compartilhou informações sobre o museu, abordando a importância do espaço na preservação da memória histórica e cultural das diversidades de gênero e sexualidade.

Fotos: Cauê Monteiro / @cauemonteiroo

COLETIVOS PRESENTES:

Associação Alcateia, LGBT 60+, Casa Uanga, Casa 56 Produção Cultural Zona Norte, Coletivo Revolução Materna, Brava, Movimento Lésbica, Enu Ita, Pogonas FTC Campinas, Coletivo Tramoias, IBRAT Transparentalidade e Direitos Reprodutivos, Mães pela Diversidade, Movimento por Moradia - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, APTA, Cara Gente Cis, PEC - Programa de Educação Comunitária da USP, IBRAT ABC, Quedes, ABRASITI, Assessoria Bancada Feminista, Grupo Transcestralidade, Cia Sacana, Comunidade Ballroom, IMBB, Cursinho Demetrio Campos, Coletivo Capivaras, Pão e Rosas, Coletivo Transcentrar, IBRAT Campinas, A Cibernética Casa Transvyada, Família Seth, Coletivo Política ABC Paulista LGBT+, Conselho LGBT de Ribeirão Pires, Coletivos de Cinema - Kinoferico e Cineclube Incinerante, Rede Amalgamar, Basketrans, Associação Esportiva e Cultural Alcateia Futebol Trans, @sm.crew, @ciadiversidanca, Casa Glore ONG, Museu da Diversidade Sexual, TRANSarau, Frente LGBT+ Suzano, Centro de Convivência É de Lei, Trans Slam, CATs (Coletivo Anarquista Trans).

INÍCIO DA ASSEMBLEIA: 

A Assembleia iniciou às 15h30 com uma apresentação sobre o IBRAT - Núcleo São Paulo, seguida de uma reflexão sobre as movimentações globais em torno das transmasculinidades. O tema da marcha foi definido como "Transmasculines na Linha de Frente: nossa luta é por trabalho, moradia, saúde, educação e dignidade", e discutiu-se a estratégias de financiamento, incluindo a apresentação da criação de camisetas e ecobags da Marcha produzidas pela Cara Gente Cis (@caragentecis) com arte de Andy Carvalho (@andyfazarte).

Fotos: Cauê Monteiro / @cauemonteiroo

PAUTA DA ASSEMBLEIA:

1. Comitês e Contribuições:

   • Foi sugerido o ajuste no nome do comitê responsável por crianças e adolescentes trans, com a proposta de que o nome possa incluir famílias e parentalidades trans. Também foi pautada a importância de falas e circulação de comunicação sobre o tema. Encaminhamento: Alteração do nome pelo comitê responsável, e que seja pensada essa dinâmica para garantia de segurança das pessoas adultas, crianças e adolescentes.

   • Esse ano teremos nossa imagem vulnerável em um lugar menos acolhedor e é importante pensar em maneiras de apagar os comentários transfóbicos. Houveram sugestões no sentido de criar palavras chaves para serem ocultas nas postagens. As páginas já possuem controle se o comentário é positivo e negativo, alguém que poderia fazer a moderação. Paulx pode compartilhar protocolos já elaborados, como escrever no braço números de contato, em caso de perda de celular para caso de segurança física também.

   • Encaminhamento: Os comitês de jurídico, segurança e comunicação trabalharão juntos. Criar protocolos de moderação nas redes sociais para lidar com comentários transfóbicos. A ideia é que os comitês de jurídico, segurança e comunicação trabalhem em conjunto para elaborar esses protocolos. Também foi proposta a elaboração de boletins de ocorrências digitais em caso de ataques transfóbicos, para termos materiais. Assim como protocolos elaborados em outras manifestações, que podem contribuir para o trabalho do comitê.

   • Para o "comitê de memória" que possui o objetivo de resgatar a história das transmasculinidades e os grandes nomes que ajudaram a construir o movimento. Foi feita a sugestão de que nossos transcestrais vivos possam participar ativamente das decisões desse comitê e da Marcha, assim como o tema sugere, que este comitê também seja responsável por organizar ações em homenagem às pessoas transmasculinas que perderam suas vidas devido à violência do sistema. Encaminhamento: Desenvolvimento e discussão das ações pelo comitê de memória, com a colaboração de outros comitês caso seja necessário para garantir as ações.

   • Foi apresentada a pesquisa que irá ocorrer na Marcha com apoio e participação do Nudhes e Instituto Polis, para obter dados Sociodemográficos, Fluxos Migratórios, Acesso a Políticas Públicas, Impacto da Marcha. Encaminhamento: Pessoas interessadas em participar da execução da Pesquisa entrarão no grupo, para que possa contribuir no dia, e depois caso haja interesse.

   • Foi mencionada a importância de realizar uma pesquisa focada na saúde mental e suicídio entre pessoas transmasculinas. Núcleo de Pesquisa, necessidade de pensar o suicidio de pessoas transmasculinas, juntamente com pessoas que possuem interesse nessa área.

   • Sugestão sobre possibilidade de unir com outra pesquisa sobre aborto. São questões muito importantes e relevantes para serem discutidas e ampliadas, e que estão presentes na Carta de Compromisso realizada na Marcha passada. A Carta foi elaborada como reivindicação para ser assinada pelas pessoas candidatas de São Paulo em 2024 comprometidas com as demandas transmasculinas. Encaminhamento: A Marcha Transmasculina, além de celebração, é um momento de reivindicação, portanto iremos nos organizar para que na segunda possamos levar na prefeitura a carta, em horário comercial, logo em seguida da Marcha para levar a carta reivindicando os direitos. Chamar todos os mandatos progressistas para apresentar essa carta.

   
   

2. Apoio Institucional e Financiamento:

   • Discutiu-se o apoio de empresas e instituições, com a sugestão de elaborar cartas de compromisso para as empresas que tenham compromissos concretos com a população trans, caso queiram apoiar financeiramente a Marcha. Proposta para que essa carta seja elaborada durante o ano para a próxima Marcha. Outra sugestão foi sugerida para que assim como temos uma carta para as instituições públicas que tenhamos também para as instituições privadas com compromissos que elas precisam ter, caso procurem a Marcha com interesse de apoiar, ainda esse ano. E mesmo que não desejam patrocinar, mas apoiar no financiamento coletivo, que possam acessar essa carta, porque já existem pactos de ongs que trabalham com diversidade para empresas. Encaminhamento: Elaboração de carta destinada ao setor privado.

   • Proposta para os financiamentos: Criar um teto de quanto custa para cada comitê realizar suas atividades. Construir metas e progressos sabendo a quantidade que precisamos para acontecer, por cada comitê. Criando os fluxos de captação. Ex: Comitê de Cultura solicitar para o sesc, o comitê de acolhimento para saúde por exemplo. Encaminhamento: Criar fluxos de pedido de financiamento e teto de gastos por comitê.

   • Proposta para pensarmos ações diretas e incluir em comunicações e falas para construir um espaço seguro para as diversas identidades que englobam as transmasculinidades, respeito ao nome, a identidade de gênero, pronome, isso como práticas de segurança para todas as pessoas presentes. A inclusão de pessoas não binárias na Marcha Transmasculina também foi discutida, com a necessidade de pensar em formas de garantir a participação e que as demandas sejam incluídas.

   
   

3. Organização da Marcha:

   • A Assembleia discutiu como será a abertura da marcha, com a necessidade de ajustes organizacionais que será pensado pelo Comitê de Abertura, por pessoas de terreiro.

   • Mestre de Cerimônia, uma segunda pessoa. Construir a possibilidade de diálogo entre quem está embaixo e quem está acima. Encaminhamento: Segunda pessoa de mestre de cerimônia. Indicação para comitê de cultura.

   • Foi sugerido que a marcha continue trabalhando para além da visibilidade, mas também para uma forte luta por direitos, reforçando que a marcha não pode ser "vendida" ou cooptada por interesses externos.

   • Também se discutiu a importância do letramento político e da união do movimento frente aos ataques nas redes sociais, especialmente da extrema-direita, que tentam desviar a atenção das questões essenciais que envolvem nossos corpos e direitos. Fala da importância do tema por conta dos ocorridos mundialmente, aos ataques à diversidade pro Trump e sua corja. Por isso é importante pensarmos que nossa luta atravessa tudo, não só a visibilidade, mas direitos e vida digna.

   
   
   
   

ENCAMINHAMENTOS FINAIS:

• Alteração do nome do comitê que está responsável pela segurança e presença de parentalidades trans, crianças e adolescentes.

• A elaboração de um protocolo de tratamento de ataques transfóbicos foi confirmada com a colaboração dos comitês de jurídico, segurança e comunicação.

• A criação de um teto de gastos para os comitês, junto com fluxos claros para solicitar financiamento, será feita com o intuito de garantir transparência e eficiência na arrecadação de recursos.

• A carta de compromisso será revisada, inclusive uma avaliação das pessoas que assinaram e suas condutas desde então, e entregue na prefeitura na segunda-feira. Convidando também todos os mandatos progressistas.

• O comitê de memória buscará o fortalecimento e a participação de pessoas históricas do movimento transmasculino, e uma ação específica será organizada em homenagem às vítimas de violência.

• Pessoas interessadas em participar da execução da Pesquisa que será realizada na Marcha entrarão no grupo.

• Elaboração de carta destinada ao setor privado.

• Segunda pessoa de mestre de cerimônia. Indicação para comitê de cultura.

Encerramento: A reunião foi encerrada às 18h00, com o compromisso de continuar o trabalho conjunto  dentro de cada comitê, de forma autogestionada, para garantir que cada etapa da Marcha seja construída até o momento de sair para as ruas.

OBS: Caso algum coletivo presente não esteja mencionado na ata, ou alguma fala não contemplada na elaboração de mesma, por gentileza entrar em contato pelo email: ibratsp@gmail.com